11 de agosto de 2014

O Planeta Diário e a Casseta Popular em uma única biografia


Nos anos 80, e começo dos 90, fui um leitor voraz do jornal O Planeta Diário, do qual cheguei a ser assinante. Os autores seram os cartunistas Hubert, Reinaldo e Claudio Paiva, cujos textos superavam em muito o humor de seus desenhos. Eram referências múltiplas, trodadilhos inéditos, associações infames - como ilustrar uma 'reportagem' da Luiza Erundina com foto de Tom Jobim. Tudo dava um grande frescor ao humor brasileiro.

Concorrendo e colaborando, havia a revista Almanaque da Casseta Popular, que eu pouco lia. Achava meio nojenta e imatura, quando não simplesmente sem graça. Tanto que torci um pouco o nariz quando, anos depois, ambas as publicações se fundiram - epa! - para trabalhar na Rede Globo, inicialmente no TV Pirata. Até porque, com isso, o Planeta Diário passou a repetir matérias, até deixar de circular. Veio o disco 'Preto com um buraco no meio', Casseta & Planeta, e o resto é hist´roia.

História essa contada primorosamente por Guilherme Fiuza no livro 'Bussunda - A vida do casseta'. São 400 páginas que o leitor devora rapidamente. No meu caso, li 90 páginas de uma só sentada, quando um outro exemplar caiu nas minhas mãos. Autor de 'Meu nome não é Johnny', o jornalista conta a história da Casseta Popular e do Planeta Diário, tendo como eixo a vida de Bussunda, o mais carismático da trupe de humoristas. Aliás, apesar do título, o livro traz a biografia de todos os integrantes de ambos os veículos, e também dos agregados, que formalmente não eram considerados inegrantes, como Mu Chebabi e outros.


Cláudio Besserman Vianna havia acabado de ingressar no curso de comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro e já matava aulas para ganhar uns trocados. De óculos escuros, o rapaz de 19 anos embarcava em lotações e pedia esmolas fingindo-se de cego - e de deficiente mental. Sua aparência contribuía para que os passageiros caíssem na farsa: barriga volumosa, cabelos desgrenhados e uma cara redonda na qual se destacavam os dentes saltados. O aspecto de quem não via um chuveiro fazia tempo dava a pincelada final no quadro. O golpista era Bussunda, figura marcante entre o fim dos 80 e 2006, quando morreu durante a cobertura da Copa do Mundo da Alemanha, aos 43 anos.

A obra, nova e com frete grátis, está à venda na minha eshop no Mercado Livre, em http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-579711749-casseta-poular-planeta-diario-bussunda-biografia-zerokm-novo-_JM.

Um comentário:

  1. Ri muito com essa biografia... recomendo para quem é fã do Casseta & Planeta;

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